Funcionários da Empresa
Brasil de Comunicação (EBC) estão em greve desde às 14h desta
sexta-feira. Uma assembléia de avaliação do movimento, que é raro
dentro das categorias que integram o serviço público federal, está prevista
para as próximas horas. A empresa pública foi criada em novembro de 2007, e é
responsável pelo funcionamento da Agência Brasil, do Portal EBC, de oito
emissoras de rádio AM/FM/OM (Nacional e MEC), da Radio agência Nacional, da TV
Brasil e da TV Brasil Internacional.A EBC opera ainda, por contrato da
Secretaria de Comunicação da Presidência da República com a Diretoria de
Serviços, o canal de TV NBR, o programa de rádio A Voz do Brasil, dentre outros
serviços. A empresa tem 2.151 mil empregados em Brasília, Rio de Janeiro, São
Paulo, Maranhão e Tabatinga (AM).
A greve foi aprovada em assembléia na última terça-feira. Os funcionários da EBC rejeitaram a proposta
apresentada como a última possível pela empresa e decidiram levar à direção uma
contraproposta. A EBC, até o momento, mantém a decisão de resolver o impasse no
Tribunal Superior do Trabalho (TST). Pela proposta da empresa, os salários
teriam reajuste de 5,86%, referentes às perdas da inflação medida pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais ganhos reais de 1%, divididos da
seguinte forma: 0,5% em 2013 e 0,5% em novembro de 2014.O auxílio-creche seria
reajustado em 5,95%, passando de R$ 422 para R$ 473,31. O auxílio para pessoa
com deficiência subiria de R$ 611 para 646,80. Os trabalhadores ainda
receberiam um tíquete-alimentação extra de R$ 832 em dezembro de 2013 e outro
em dezembro de 2014, corrigido pela inflação acumulada no período. De acordo
com a empresa, caso a proposta fosse aceita, os pisos salariais passariam de R$
1.917 para R$ 2.039, no caso do nível médio, e de R$ 3.208 para R$ 3.412, no de
nível superior.Na contraproposta, os trabalhadores pedem um reajuste salarial
de R$ 290 para cada servidor e aumento de 11% no valor do tíquete-alimentação.
Os funcionários também querem que a data-base, hoje em outubro, seja
transferida para maio.– Estamos há dois anos sem ganho real e a empresa nos
oferece um aumento de 1% em dois anos e um tíquete-alimentação extra. Os
trabalhadores e os sindicatos apresentaram uma contraproposta, mostrando que
não estão irredutíveis, mas a direção da empresa não aceitou. Diante disso, a
categoria não vê disposição por parte da direção da EBC para tentarmos chegar
ao mínimo que os trabalhadores esperam – disse o presidente do Sindicato dos
Radialistas do Distrito Federal, Carlos Alberto de Macedo Paes, conhecido como
Carlinhos.O sindicalista questionou a posição do Departamento de Coordenação e
Governança de Empresas Estatais (Dest), ligado ao Ministério do Planejamento,
de pedir a retirada de dez cláusulas do acordo vigente, o que, segundo ele,
significa a perda de direitos adquiridos. De acordo com Carlinhos, os
empregados reivindicam melhores condições de trabalho, com mais investimentos
em capacitação e em recursos técnicos.
– Essa não é apenas uma luta salarial. Todos os funcionários da EBC têm
um objetivo em comum: o sucesso e a consolidação da comunicação pública. Para
isso acontecer, é necessário termos funcionários satisfeitos e uma estrutura
adequada – afirmou. A direção da EBC garante que os funcionários não perderão
nenhum direito adquirido com a exclusão das cláusulas, pois todas dizem
respeito a demandas já garantidas por lei ou por normas internas. “Entendemos
que o que está havendo é uma mudança de local do direito até então previsto no
acordo. Tudo vai continuar existindo, tirando uma ou outra cláusula, que pode
ser reajustada”, explicou o diretor de Administração e Finanças da EBC,
Alexandre Assumpção Ribeiro.Segundo Assumpção, a empresa foi surpreendida pela
decisão “extrema” dos servidores, já que as negociações da data-base ainda não
tinham sido encerradas. “Havia uma proposta econômica que, a nosso ver, é muito
boa e que foi o que conseguimos, no limite, junto ao Dest, que define até onde
podemos chegar em termos de custos com as contas fechando”.
De acordo com o diretor, a empresa vai usar de todos os meios legais
para garantir a continuidade dos serviços “essenciais à sociedade”.
– Gostaríamos que cada trabalhador refletisse bem. A empresa respeita e
admite o direito de greve, mas temos a obrigação de, respeitando os que
aderirem à greve, manter o funcionamento dos serviços – concluiu.
Por Redação, com ABr - de Brasília e Rio de Janeiro
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